25 agosto 2013

SOBRE A LEITURA ( PELA ENÉSIMA VEZ! )



Sobre a Leitura ( Pela Enésima Vez )

    "Não Cansemos de Ler! Jamais Desistamos de Falar Sobre a Leitura!"
   A impressão que tenho, a cada livro cuja leitura termino, não é a de que me torno mais intelectualizado, mas sim a de que me torno mais gente. Na verdade não se trata de impressão; sensação é a palavra exata, visto que, quando se tem impressão a respeito de algo, entende-se que algo incerto ou provável pode vir a ocorrer ou não. É assim que se tem a impressão de que vai chover ou de que se conhece alguém com quem se tenha deparado inadvertidamente. Já quando se tem a sensação referente a qualquer situação, não se trata mais de uma questão de dúvida nem de probabilidade. Significa, indubitavelmente, uma certeza, uma comprovação porque não se pode negar quando se sente algo, e o sentir algo nada mais é do que "a sensação de". Então, burilando a frase inicial, posso dizer que, a cada livro cuja leitura termino, tenho a sensação de que me torno mais gente. Sinto que, de alguma forma, algo que estava contido no livro, agora, faz parte de mim. Posso evocar algumas partes do que li; posso esquecer tantas outras, porém tudo o que eu vier a pensar, refletir, divagar, sonhar daí por diante, estará imbricado a esse fato ( ou ato?) recente: a mais um livro lido. 
   Quanto ao sentido da expressão "tornar-se mais gente" quem leu até aqui já obteve resposta a ela, posto que o único caminho que se pode palmilhar quando o objetivo é o de "se tornar mais gente" é precisamente o da abstração. Todo ser humano carece, e deve sentir que carece, de maiores estímulos a seus pensamentos, a suas reflexões, a suas divagações, a suas descargas oníricas. Carece de ser ̶  a cada livro lido  ̶  mais gente!

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(Maurício Palmeira)

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