12 abril 2016

MANOEL DE BARROS - POESIA




Não é por me gavar 
mas eu não tenho esplendor. 
Sou referente pra ferrugem
 mais do que referente pra fulgor. 
Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário. 
O que presta não tem confirmação, 
o que não presta, tem. 
Não serei mais um pobre-diabo que sofre de nobrezas. 
Só as coisas rasteiras me celestam. 
Eu tenho cacoete pra vadio. 
As violetas me imensam.

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