Tênis X Frescobol
Depois
de muito meditar sobre o assunto, conclui que os casamentos são de dois tipos:
Há casamentos do tipo tênis e do tipo frescobol.
Os
casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam
sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a
chance de vida longa.
O
tênis é um jogo feroz. Seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se
revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para
fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto
fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua
cortada – palavra muito sugestiva que indica seu objetivo sádico, que é cortar,
interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no
momento em que o jogo não pode mais continuar, porque o adversário foi colocado
fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza do outro.
O
frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma
bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a
bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior
esforço do mundo para devolvê-la e não há ninguém derrotado. Aqui ou os dois
ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que
se deseja é que ninguém erre.
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"Então, se você que acabou de ler esse texto e pensa (sonha) casar... e, se você já está casado ou ainda está casado... exorto a todos que joguem muito FRESCOBOL com seus amados cônjuges."
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