Abriu os olhos de novo,
Jurou já tivesse morrido.
Haviam lhe amarrado pés e mãos,
E ele ficara quase dependurado
No tronco daquela centenária
figueira.
O corpo todo marcado,
Hematomas e cortes.
Dois homens fizeram o “trabalho”.
Muitos o viam espancado
Como se não o vissem mesmo
assim.
Falavam em uma língua estranha
a ele.
A pele era branca, a alma nem
tanto!
Resistiu muitas horas,
Mas algum órgão dentro dele
fora destruído.
Antes de morrer viu um anjo à
imagem do pai.
Pai que morrera da mesma forma:
Assassinado.
O anjo beijou-lhe uma das
orelhas sangrentas,
E ele pôde finalmente entender
o que diziam
Aqueles homens tão brancos,
A alma nem tanto!
E toda sua história fez
sentido...
Apenas aos que liam as
palavras do poema:
̶ Vivemos cá no Brasil, no ano de 1820
De Nosso Senhor Jesus Cristo,
Porém essas criaturas em nada
conseguem evoluir!
Maurício Palmeira
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Muito bom Professor, excelente poesia
ResponderExcluirObrigado, Washington. Mas, se me lembro bem, você fazia poesias admiráveis!
ResponderExcluirEspero que ainda mantenha esse lado poético contigo.
Um abraço!