31 agosto 2015
18 agosto 2015
TRATADO GERAL DAS GRANDEZAS DO ÍNFIMO
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
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(Manoel de Barros)
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
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(Carlos Drummond de Andrade)
CANÇÃO FINAL
Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.
Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.
É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
(Carlos Drummond de Andrade)
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.
Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.
É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
(Carlos Drummond de Andrade)
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AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
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SONETO DE DEVOÇÃO
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
(VINICIUS DE MORAES)
++++++++++++++++++++++++++++++
PRESSÁGIO
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
(FERNANDO PESSOA)
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(FERNANDO PESSOA)
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REDAÇÃO FINALISTA – PRÊMIO JOVEM AUTOR - 2015
Nós vivemos em sociedade, em
grupos, com os quais desenvolvemos laços e realizamos atitudes. Mesmo
independentes, nossos atos geram consequências para o todo ou parte deles.
Nossas relações progridem, em determinados momentos, em prol de algo maior do que apenas nos mesmos, sendo a partir disso que conseguimos criar a sociedade
de hoje.
Vivemos
imersos em um ambiente que fornece a cada minuto opiniões, deveres e
características. Somos formados, de certo modo, pela mistura desses fatos.
Conforme crescemos e desenvolvemos nossas próprias particularidades, aprendemos
a filtrar as informações que recebemos, passando a ter maior influência.
Aprendemos, de fato, o que significa sustentabilidade.
Mais
do que nunca, essa palavra está presente no vocabulário brasileiro. Quando
pensamos em sustentabilidade, prontamente imaginamos o meio ambiente, sendo
essa apenas uma de todas as ideias associáveis possíveis. Dezesseis letras e um
significado tão amplo, porém simples: nossas vidas em prol das nossas
necessidades, pensando nas próximas gerações. Hoje, quando pensamos no futuro, lembramo-nos da poluição, falta d’água, desperdício, e criamos modos de
amenizar ou resolver a situação.
Desse
pensar desenvolvemos nossa responsabilidade, nossa ação política perante o
grupo. Não há necessidade de algo grande, extraordinário, mas sim de ações.
Precisamos mais de atos. Pessoas que estejam dispostas a não só criarem ideias,
mas colocá- -las em prática. Quem nunca
pensou em recolher um papel da rua? fazer uma doação de sangue? limpar um
espaço que seja comunitário?
Podemos,
de fato, começar com atitudes ainda mais simples. Dentro da nossa própria casa,
escola, área de trabalho. Esse é o nosso ponto de partida. Locais comuns,
rotineiros, onde podem ser desenvolvidos trabalhos diários. Pensando no local
em que moramos, nossa cidade, atos de respeito com o coletivo, já é algo a ser
pensado e executado. No bairro, como deixar a sua área organizada, faz com que
tal ato seja observado pelos que estão ao redor.
Portanto,
sustentabilidade e ação política são palavras que, quando colocadas em
operação, se complementam. Ações que contribuem para o meio em que se vive,
sendo desse modo de responsabilidade coletiva.
(Laura Mendes da Silva)
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05 agosto 2015
04 agosto 2015
20 EXERCÍCIOS - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
EXERCÍCIOS GERAIS
01 - A análise sintática é definida pela relação que
se estabelece entre palavras ou grupos de palavras dentro de um contexto.
Relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª, observando a correta classificação
dos termos destacados. A seguir, assinale a alternativa CORRETA:
1. Objeto direto preposicionado
2. Objeto indireto
3. Complemento nominal
4. Agente da passiva
( ) “ A geração passada é sempre criticada pela
próxima.”
( ) “ Para muitos a
casa própria é a realização de um sonho.”
( ) “ A violência é
um mal que atinge a todos.”
( ) “... Aponte-me um indivíduo que não
necessite de carinho.”
A) 3, 4, 2, 1
B) 1, 3, 2, 4
C) 2, 1, 4, 3
D) 4, 3, 1, 2
E) 4, 2, 3, 1
02. Em: As ruas foram lavadas pela chuva / Tinha grande amor à humanidade / Ele é carente de virtudes. Os termos destacados são, respectivamente:
A) complemento nominal, agente da passiva, complemento
nominal
B), agente da passiva, complemento nominal, objeto indireto
C) objeto indireto, objeto direto preposicionado, objeto
indireto
D) agente da passiva, complemento nominal, complemento
nominal
E) objeto direto, objeto indireto, complemento nominal
03. Marque V para Verdadeiro e F para falso conforme a função correspondente ao termo em destaque:
( ) Comer demais traz
malefícios à saúde.
(complemento nominal)
( ) Jamais me
esquecerei de ti.
(objeto indireto )
( ) Ele foi cercado de
amigos sinceros.
(complemento nominal)
( ) Não tens
interesse pelos estudos.
(agente da passiva)
( ) Ele simpatizava com
todos a sua volta.
(objeto indireto)
04. Em todas as alternativas abaixo, há objeto direto preposicionado, exceto em:
A) Acho que ela não se referia a ninguém em especial.
B) Marta namora a qualquer um que lhe dê atenção.
C) Para sair com a turma o diretor escolheu a nós.
D) Ofenderam a mim e não a ele.
E) O professor elogiou a todos.
05. O agente da passiva foi corretamente destacado em todas as opções, exceto em:
A) O presídio tinha sido cercado pelos soldados.
B) Ela é autorizada pela organizadora festa.
C) O time foi derrotado para desespero da torcida.
D) O mestre foi homenageado pelos alunos.
E) A casa foi destruída pela inundação.
06. Assinale a frase em que o objeto direto é pleonástico:
A) A borboleta negra, encontrei à noite.
B) Eu a sacudi de novo.
C) Fiquei a olhar o cadáver com simpatia.
D) Um golpe de toalha rematou a aventura.
E) O retrato de meu pai, vi-o próximo à janela.
07. "A recordação da cena fere-me a alma até hoje". Os termos em destaque são:
A) objeto indireto – objeto indireto;
B) complemento nominal – objeto direto;
C) objeto indireto – objeto direto;
D) complemento nominal – objeto indireto;
E) agente da passiva – objeto indireto.
08. Dentre as opções abaixo assinale aquela em que há objeto direto preposicionado:
A) Passou aos filhos a herança recebida dos pais;
B) Amou a seu pai, com a mais plena grandeza da alma;
C) Não devo nada a ninguém.
C) Não devo nada a ninguém.
D) Naquele tempo era muito fácil viajar para o Exterior.
E) Em dias ensolarados, gosto de ver nuvens flutuarem nos
céus de agosto.
09. Assinale a alternativa em que o termo grifado é complemento nominal:
A) A enchente alagou a cidade.
B) Precisamos de mais informações.
C) A resposta ao aluno não foi convincente.
D) O professor não quis responder ao aluno.
E) Muitos caminhos foram abertos pelos bandeirantes.
10. Na oração “Não foi aceita por mim a recompensa oferecida”, os termos “por mim” e “recompensa oferecida” são, respectivamente:
A) objeto indireto e agente da passiva.
B) agente da passiva e sujeito.
C) adjunto adverbial e objeto direto.
D) objeto direto e sujeito
E) adjunto adverbial e sujeito.
11. Assinale a alternativa correspondente ao período onde há predicativo do sujeito:
A) Como o povo anda tristonho!
B) Agradou ao chefe o novo funcionário.
C) Ele nos garantiu que viria em breve.
D) No Rio, não faltam diversões.
E) O aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
12. Em "Usando do direito que lhe confere a Constituição", as palavras sublinhadas exercem a função, respectivamente, de:
A) objeto direto e objeto direto
B) sujeito e objeto indireto
C) objeto indireto e sujeito
D) sujeito e sujeito
E) objeto direto e objeto indireto
13. . "Não faças a outrem o que não queres que te façam." Na oração "não faças a outrem ", a expressão sublinhada é:
A) objeto indireto
B) objeto direto preposicionado
C) sujeito da passiva
D) adjunto adverbial de modo
E) predicativo do
sujeito
14. . Na voz passiva o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Assinale a alternativa cuja oração não está em voz passiva:
A) Sua mente será ampliada pela leitura.
B) Ele foi transformado pela fé.
C) Abel foi morto por Caim.
D) Todos têm simpatia pelo professor.
E) A população seria protegida pela força policial.
15. Analise o pronome oblíquo nas orações e marque a sequência adequada: ( D ) para objeto direto ( I ) para objeto indireto
1. ( ) Emprestei-lhe o dinheiro.
2. ( ) Espero-o na estação.
3. ( ) Não nos viram na estação.
4. ( ) Isto nos pertence.
5. ( ) Eles me
convidaram para festa.
A). I, D, D, I, D
B). I, D, I, D, I
C). D, D, D, I, I
D). I, I, D, D, D
E). D, I, D, I , D
16. No trecho que segue: “Se você ama alguém, deixe-o livre. Se ele voltar, é seu. Se não, nunca foi.” o termo sublinhado corresponde a um:
A) predicativo do sujeito
B) adjunto adnominal
C) predicativo do objeto
D) complemento
nominal
E) objeto direto
17. Assinale a frase em que ocorre objeto direto preposicionado:
A) Ainda não respondi à carta de Beatriz.
B) Muitos encontram a paz servindo o próximo.
C) Quem resiste a seus encantos?
D) Não se prenda a minúcias.
E) Será que as barbas longas honram mais a quem as cultiva?
18. Assinale a alternativa cujo objeto não é pleonástico:
A) A casa, nós já reformamos.
B) Seus cavalos, ela os montava com frequência.
C) A mim, quem pode me ajudar?
D) O carro, já o revisamos.
E) A ele, não lhe devo nada.
19. Assinale a alternativa em que a expressão grifada tem a função de complemento nominal:
A) A curiosidade do homem incentivava-o à pesquisa.
B) A cidade de Londres merece ser conhecida por todos.
C) O respeito ao próximo é dever de todos.
D) O pobre homem mendigava pela cidade.
E) O receio de errar, normalmente, dificulta o aprendizado
das línguas.
20. Assinale a frase que contém agente da passiva:
A) Fiquei ouvindo aquilo por longo tempo.
B) Dei cinco reais pelo cachorrinho.
C) As colheitas foram levadas pela chuva.
D) Sempre saía a esmo pelos caminhos.
E) Agrada–me por todas as formas. *************************************
GABARITO:01- D - 02-D - 03-V-V-F-F-V
04- A - 05- C - 06- E - 07-D - 08- B
09 - C - 10-B -11-A- 12-E - 13-A
14-D - 15-A - 16-C - 17- E- 18-A
19-C - 20- C.
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