09 novembro 2012
A IMPORTÂNCIA DA RECEITA
Numa pequena cidade do interior do CEARÁ, uma mulher entra em uma farmácia e fala ao farmacêutico:
- Por favor, quero comprar arsênico..
- Mas.... não posso vender isso ASSIM! Qual é a finalidade?
- Matar meu marido!!
- Pra este fim... piorou... não posso vender !!!
A mulher então abre a bolsa e tira uma fotografia do seu marido, na cama, com a mulher do farmacêutico.
- Ah bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA.
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01 novembro 2012
GUERRA PERDIDA
Chovia. A menina
andava pelas ruas escuras e inquietas de Oświęcim.
Seus passos firmes a direcionavam para sua imponente e formosa casa no subúrbio
da cidade. Ângela levava as sacolas cheias de mantimentos que havia comprado no
Armazém de Herr¹ Zimmermann, o tesoureiro do Nationalsozialistische
DAP².
Distraída,
ela escuta um barulho que vem de uma ruazinha. Para um pouco apreensiva e
lentamente se dirige para a origem do ruído. O poste ilumina precariamente um
rapaz remexendo as latas de lixo.
Ângela
fica comovida ao ver um jovem, da sua idade, numa situação tão desumana.
Aproxima-se, e por um momento o rapaz tenta fugir, porém sua voz doce o acalma:
-Não venho te causar mal ou te delatar. Você
está com fome? Posso dar-te pão com schmier³.
-Obrigado... Por que você quer me ajudar?
-Eu não aprovo o que meu pai vem fazendo, não
foi assim que nos ensinaram na Igreja. Vi você e pensei que poderia ajudar...
Onde estão seus pais?
-Meus pais foram levados pelos soldados alemães
para trabalhar. No começo, podia encontrá-los nas obras da cidade, mas agora
faz dois meses que não os vejo- responde o rapaz, chorando- Não tenho mais
minha casa, meus livros; não tenho o que comer. Como sinto falta deles!
Ela o
abraçou e prometeu que tudo ficaria bem. Já tinha resolvido como diminuir o
sofrimento do rapaz.
Ângela
foi para casa e depois de lá chegar e um longo questionamento feito por seu
pai, devido à demora, deitou, entretanto, não conseguiu dormir. Enquanto tinha
o conforto de sua casa e o carinho de seus pais, o jovem que encontrara, tão
encantador, não tinha nada, nem mesmo certeza de sua esperança. E pensava
também como era a vida dele, antes de tudo desmoronar.
No
dia seguinte, quando Ângela lia materiais “obrigatórios” do Partido Nazista,
obrigada pela sua professora, o filho do tesoureiro chegou, e sem ao menos
pedir permissão, foi entrando. Os cabelos loiros brilharam ao sol. Vinha com
seu uniforme e todo seu charme; tinha muitas admiradoras.
Ângela sabia quais eram
as intenções do rapaz e sabia bem como tentaria se aproximar dela.
-Como vai esta linda dama?
-Wilhelm, agora não! Estou no meu intervalo de
estudos. Fale, a menos que tenha algo para me acrescentar.
-Calma, Schätzchen4! Queria
apenas ver você de novo. Você sabe como te acho especial...
-Se me acha especial, saiba que tenho questões
mais importantes a lidar e preciso da sua ajuda. E contou sobre o rapaz que
havia encontrado no dia anterior. Wilhelm riu:
-Por que você se importa com ele? Ele é um
animal, não deveria estar vivo. Não é da nossa raça (e faz a saudação nazista).
-Raus5! – exclamou Ângela,
furiosa.
Impaciente,
Ângela passou a tarde contando as horas para encontrar o rapaz que lhe
despertou tanto interesse.
Ao
cair da noite, Ângela disse ao pai, oficial da SS, que iria dar uma volta,
respirar um pouco de ar fresco. Seu pai questionou, mas a insistência de Ângela
o fez ceder ao pedido.
-Pode ir, mas certifique-se de que está bem
agasalhada. Estamos passando por um inverno rigoroso.
Andando
ao breu, ela avista o rapaz, que aparentava ter dezessete anos, sentado em meio
à penumbra, vestindo um suéter e jeans surrados. Chegando mais perto, ele notou
sua presença:
-O que faz aqui?
-Fiquei preocupada com você- disse ela.
-Você não deveria andar sozinha à noite.
-Não se preocupe comigo. Você deve estar
congelando! Vamos, vista meu casaco – disse Ângela, entregando seu sobretudo de
lã ao rapaz.
-Como disse que se chamava?
-Eu não disse – Fez uma breve pausa, observou a
garota se sentar do seu lado e continou – Me chamo Erik Hubermann.
-Prazer, Ângela Bellinger – respondeu ela, com
um sorriso amigável. Querendo ir um pouco mais afundo na conversa, ela tentou
tirar informações que a fizessem entender como ele chegara nessa situação.
Depois
de muito conversarem, Erik revela que veio de uma família de judeus, e que seu
pai era um rico comerciante.
-Quão irônico é isso, não acha? Um dia tenho
tudo para ser um jovem feliz e bem-sucedido; no outro, não passo de um
sem-teto, jogado às traças, sendo tratado feito cão de rua. Mas não me
arrependo de nada.
-E nem deveria – disse a garota – Você não tem
culpa de nada. Falarei com meu pai, ele pode te dar um emprego e você pode
morar conosco.
Com
essas palavras, o rapaz abriu um sorriso tão largo quase que lágrimas
escorreram de seu rosto.
Ao
chegar a casa, Ângela conversa com seu pai e explica a situação. O oficial
alemão repreende a filha por dirigir a palavra a um desconhecido, porém resolve
ajudar o rapaz após sua filha alegar que ele vinha de uma família alemã, e que
esta havia se perdido em meio à confusão da Guerra.
O
falso alemão, então, passa a ajudar nos serviços domésticos da casa dos
Bellinger em troca de alimento e moradia.
Seis
meses após o incidente, se iniciava o ano de 1944 e a Guerra seguia com a
invasão da Normandia. Erik e Ângela tornaram-se cada vez mais próximos. Até que
um dia, seu pai, ouvindo a conversa escondido, descobre que sua tão querida
filha estava se envolvendo com o rapaz em quem confiara tão solenemente.
Contendo
sua fúria, continuou a ouvir a conversa. Então, um súbito arrepio percorreu seu
corpo. O que acabara de escutar o deixara tão exasperado que, dessa vez, não
pôde conter-se.
Ao
descobrir que Erik Hubermann era, na verdade, um judeu, Herr Bellinger entrou
ensandecido no cômodo onde o casal estava, agarrou o braço do rapaz e proferiu
estas palavras:
-Filthy
Bastard6! Acha que pode se esconder dentro da minha própria
casa!?
Em
pouco tempo, Erik havia sido levado pelo oficial da SS e não demoraria muito
até o rapaz estar em situações de tamanha insanidade que desejaria nunca ter
aceito a oferta de ajuda da garota que em seis meses o fez tão feliz.
Herr
Bellinger e o judeu chegavam a um dos maiores campos de concentração, de poder
alemão, o Auschwitz-Birkenau. O desespero tomou conta do rapaz, que sentia que
ali seria o seu leito de morte, onde seus sonhos e esperanças pereceriam junto
a ele.
Desesperada,
Ângela pede ajuda a Herr Zimmermann, que, mesmo sem entender o porquê do
alvoroço, a leva a um local próximo do campo de concentração, onde o judeu teria
sido levado.
A
noite se aproximava, com uma terrível tempestade. Os relâmpagos iluminavam cada
alma que ali estava posta, criando um cenário de horror. Em meio a tantos
murmúrios de vidas perdidas, Ângela, ao avistar Erik, vai de encontro ao seu
amado. Com muita relutância, os dois jovens finalmente conseguem fugir.
Enquanto
corriam desesperadamente, dois oficiais notaram a inquietação e seguiram logo
atrás deles. Erik e Ângela foram alertados para que parassem, mas não deram
ouvidos àquelas palavras absurdas.
Um
barulho ensurdecedor subitamente rasgou o silêncio dos passos apressados do
casal. Erik olha para trás. Ângela cai de joelhos, ficando coberta de lama e
sangue. Nos braços de seu primeiro e único amor, cai em esquecimento.
Autora:
Ingrid, Isabela, Julia e Vitória - Alunas do 3º ano do ensino médio SENAI Sul - Joinville
Legenda:
|
1 - Herr – Senhor
|
2 - Nationalsozialistische DAP – Partido Nazista
|
3 - Schmier – Geleia
|
4 - Schätzchen – Gata
|
5 - Raus! – Fora!
|
6 - Filthy Bastard – Bastardo imundo
|
DELÍRIOS DE UMA MENTE CANSADA
Sabe quando você apaga a última lâmpada da
sua casa, seus olhos não se acostumam à escuridão e você sente aquele frio na
espinha? Não importa se é criança, adulto ou velho...
Você sempre sente o ar esfriar de repente
em profunda escuridão, como se seu sangue gelasse só por estar naquele ambiente
sombrio.
Quase todas as pessoas deixam a luz do
quarto acesa e se foca a luz no caminho
de volta, outras quando apagam as luzes, caminham rapidamente de volta ao seu
quarto, mas poucos olham para trás e observam o que está às suas costas...
Você sabe que não tem nada lá atrás, pelo
menos é o que você quer acreditar...
Mesmo quando você está deitado, tentando
pegar no sono, e ouve barulhos estranhos no porão, no corredor, na cozinha ou mesmo
no banheiro, você ignora, tentando raciocinar no que poderia ter causado tais
eventos sonoros, como o vento ou algum objeto que caiu pela casa... As crianças
têm muito medo disso, porém são criadas para ignorar e acreditar que não há
nada de sobrenatural lá...
Eu acreditava...
Meus pais foram viajar nas vésperas do
verão do ano passado, deixando alguns trocados para eu comprar o que comer.
Eles ficariam fora exatamente uma semana, mas isso não mudaria nada para mim,
pois eu trabalhava como estagiário o dia todo e ficava até tarde na faculdade,
pois eu estava no último semestre e tinha que passar de ano, caso contrário não
iria conseguir ser promovido. Chegava cansado todo dia, dava um “oi” para minha
mãe, comia um lanche, tomava um banho e ia dormir. Minha rotina.
Mas não foi assim que ocorreu naquela noite
em que meus pais viajaram...
Ao sair da faculdade, me deparei que estava
demasiadamente exausto, com enxaqueca e dor na vista, cumpri meu rigoroso
ritual até o quarto, fechei minha porta e minha janela como de costume. Deitei meu corpo exausto na cama onde logo
adormeci.
Acordei pela madrugada com muito frio,
notei que havia algo fora do normal pelo meu quarto, uma corrente de ar gelado
que me fez correr um frio na espinha. Logo percorri o olhar pelo quarto
procurando a fonte de tal brisa e percebi que minha cortina fazia movimentos
sutis. Levantando-me da cama, senti mais um arrepio, mas estava entorpecido
pelo sono e então não dei muito importância para o fato. Aproximando-me da
cortina coberta pela luz do luar percebi que a janela estava aberta, uma fresta
com espaço suficiente para uma criança passar. Imaginei ainda com o sono que a
havia esquecida aberta.
Fechei a janela, me certificando de que não
houvesse mais a possibilidade de ela abrir-se. Virando-me percebi que minha
garganta estava um tanto quanto seca, resolvi ir até a cozinha pegar um copo da
água e ao passar pela porta, a qual estava aberta, o que não era normal- não
consigo dormir com ela aberta, me sinto deveras inseguro-.
Esta é aquela hora em que mil
possibilidades de possíveis tragédias passam pela mente. Com o peito apertado,
acelerando a respiração e sentindo a tensão invadindo meu corpo assustado resolvi
entrar, com um punho cerrado e a outra mão tateando as paredes na escuridão tenebrosa
do corredor que dava acesso ao quarto de meus pais e ao banheiro em busca de um
interruptor. Acendendo a luz consegui me acalmar um pouco, estava com as mãos
trêmulas e suando frio com apenas uma questão em mente: “O que ou quem abriu a
maldita janela e a maldita porta!?”.
Estava suando frio, sem sentir as pontas de
meus dedos, o medo havia tomado conta do meu consciente e a adrenalina estava
prestes a ser injetada em meu corpo. Desci as escadas com a mão no corrimão,
com muito cuidado, olhando para o seu final esperando encontrar algo. Havia um silêncio, um silêncio fúnebre e um
ar gelado que pairava no ar, a essa altura eu estava tremendo.
Terminando o lance de escadas me aproximei
da sala, checando cada canto escuro, cada lugar onde seria um potencial local
de onde haveria a possibilidade de surgir algo, qualquer coisa, qualquer coisa
que viria para cima de mim. Novamente o frio percorreu minha espinha, acendi a
luz da sala, olhei ao redor, nada.
Aproximando-me da entrada da cozinha ouvi
um som agudo, um miado, que na hora parecia algo muito pior, me assustei dando
um salto que achei que fosse alcançar o teto, era o meu gato. Tudo fez sentido,
claro, ele abriu a porta que eu devo ter deixado encostada, tentei me acalmar
acreditando nisso, acreditando que eu estava paranoico, que tudo não passava de
fruto da minha fértil imaginação, pelo menos era o que eu queria acreditar.
Abri a geladeira, peguei o jarro de água, enchi um copo e tomei.
Retornando para o
meu quarto, apaguei a luz da cozinha, chamei pelo gato, nenhuma sinal dele.
Subi o lance de escadas, cheguei no corredor, estava escuro, as luzes apagadas,
exatamente o contrário de como eu havia deixado. O medo voltou e senti um
terror, como se todo o meu sangue houvesse congelado. Uma sombra, sim, uma
sombra que cortava a luz do luar que penetrava meu quarto.
Com o desespero
provocando tremores, lembro-me da pistola de meu pai, uma herança de família.
Em três passos cheguei ao quarto de meus pais, abri a gaveta e na velha caixa,
encontrei a arma. Senti um alívio momentâneo e uma sensação estranha ao tocar
no metal gelado. Com a arma em mãos fui até o corredor, me aproximei da porta
do meu quarto, respirei fundo e entrei com o dedo no gatilho, mas não havia
nada lá.
Um baque vindo da cozinha me fez virar
rapidamente, havia algo lá embaixo. Corri até as escadas e comecei a descer os
degraus. Senti uma dor no pé direito e perdi o chão. Senti-me caindo em um
vazio na escuridão e de repente tudo se apagou. Apenas escuro...
“Pi... Pi... Pi... Pi...” Este zunido me
fez acordar. O lugar era claro, o ar fresco e um odor peculiar. Meus pais
estavam me olhando deitado em uma cama meio desconfortável. “Cancelamos a
viagem até você se recuperar totalmente, filho.” Percebi que estava em um
hospital.
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